"O marketing não é uma batalha de produtos, é uma batalha de percepções." (Al Ries)

terça-feira, 29 de julho de 2014

Quem ganhou a Copa?


Na Carta Capital nº 807 Marcos Coimbra trouxe um debate que considero muito importante, o quanto a Copa do Mundo influencia as Eleições no Brasil?

Alguns dirão que o sucesso da organização do campeonato mundial, ao contrário das profecias de caos, trará vantagens a presidenta candidata à reeleição. Outros dirão que o vexame histórico, dos 7 a 1 sofridos dentro de campo pela Alemanha, afetará o humor do eleitor brasileiro, o que em tese favoreceria o candidato da oposição.

Na verdade o que está por trás desse blá blá blá todo é uma subestimação da capacidade de escolha do eleitor brasileiro, prática muito comum e que também costuma provocar grandes surpresas naqueles políticos de práticas antigas e de cabeças arcaicas.

Refrescando a memória daqueles que, como diz Coimbra, pensam ter uma pretensa superioridade intelectual, já tivemos 5 eleições em ano de Copa do Mundo:

- 1994: FHC venceu graças a Bebeto e Romário ou o Plano Real elegeria até mesmo um poste?
- 1998: FHC voltou a vencer, mesmo com a decepção pela derrota frente aos franceses. 
- 2002: Lula venceu a eleição, ou seja, o Brasil foi campeão mas a oposição venceu a eleição. Ué na teoria não era para todos os brasileiros "alienados" felizes com a Copa votarem no candidato do Governo?
- 2006: Lula se reelege, e a Seleção? Alguém foi votar com raiva da situação pelo fraco desempenho na Copa? Pelo visto não!
- 2010: Dilma vence; e Dunga cai diante da Holanda. Mais uma vez vence o Governo e a Seleção Brasileira meses antes decepciona seu torcedor.

Esse pequeno histórico ilustra bem uma máxima que eu sempre trouxe comigo, seja em meu trabalho, seja nas atividades de marketing político, seja em minha vida pessoal. Nunca duvide da inteligência do eleitor!

Quando perdemos um jogo nossa primeira reação é desqualificar o adversário, da mesma forma, no jogo da democracia os militantes e simpatizantes derrotados imediatamente tratam a maioria vitoriosa como burros. O reconhecimento da superioridade do adversário é gesto de rara nobreza, assim como não foi feito por Parreira e Felipão, também não costuma se ver na política.

Agora as razões para a escolha do voto, os aspectos da escolha racional, a influência do componente emocional, variáveis de contexto como econômico, social, cultural... já debatemos muito nesse espaço e poderemos voltar neles em breve. Fica a dica de leitura dos livros "A Cabeça do Brasileiro" e "A Cabeça do Eleitor" resultados de uma grande pesquisa de Alberto Carlos Almeida, que afirma: "a cabeça do eleitor é lógica e não pode ser ludibriada facilmente..." 

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