"O marketing não é uma batalha de produtos, é uma batalha de percepções." (Al Ries)

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Marina no JN: entre o discurso vazio de uma "nova política" e a prática



A entrevista começou direto com o caso dos laranjas do avião do PSB. O mesmo acidente que provocou a comoção com a morte de Eduardo Campos e vem sendo constantemente explorado pela candidata Marina, também pode se tornar um calcanhar de aquiles nessa mesma campanha. 

A candidata falou, falou, ninguém entendeu nada, depois ela recorreu a resposta padrão: "estamos aguardando a investigação da Polícia Federal". Mais de 6 minutos se passaram com Marina bastante enrolada nesse tema e ainda terminou com a afirmação de que o avião seria uma forma de empréstimo que depois seria ressarcido pelo Comitê Financeiro da campanha. Questiono como esses longos minutos foram percebidos pelo eleitorado.

O fraco desempenho da ex-candidata do PV nas eleições de 2010 em seu Estado natal, no Acre, foi outro tema abordado e que também não vi bom desempenho nas respostas de Marina. As justificativas que era um partido pequeno (revela ingratidão ao PV), pouco tempo de TV (seria importante no próprio berço político?), nesse estado é preciso ser filho de político, de gente poderosa, para se eleger (rotulou os acreanos de elitistas), por fim, perdeu a cabeça e foi agressiva com a entrevistadora Patrícia Poeta.

Em relação a atual chapa, e seu vice Beto Albuquerque, a questão colocada foi se não seria a união de opostos como se faz na "velha política". A candidata admitiu algumas diferenças mas ressaltou os aspectos positivos da aliança, reforçou que houveram trabalhos conjuntos e terminou dizendo que ela não é intransigente como muitos pensam.

O formato dessa entrevista não privilegia as propostas, o projeto para o país, mas mesmo tendo apenas 90 segundos Marina Silva preferiu discutir as disputas políticas do que realçar qualquer nova ideia de gestão para o Brasil. Conclui dizendo que "quer uma agenda para mudar o Brasil", mas de todos os entrevistados foi quem não mencionou uma única ideia para viabilizar essa própria agenda. 

Enfim, me assusta a falta de conteúdo demonstrado e só me leva a imaginar que as intenções de votos apresentadas até o momento estão infladas pelo componente emocional do acidente. Caso isso a leve para o segundo turno será difícil manter essa atitude cristalizada nos eleitores por tanto tempo. 

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Debate da Band

Comentários ao vivo do debate eleitoral da Band entre os candidatos à presidência do Brasil no twitter da Logos Consultoria e Pesquisa:

https://twitter.com/pesquisa_logos

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Dilma no JN: bem na defesa, no ataque nem tanto

http://globotv.globo.com/rede-globo/jornal-nacional/v/dilma-rousseff-e-entrevistada-no-jornal-nacional/3572518/

Primeiro, precisamos apontar a péssima condução da entrevista por um Bonner que parecia mais seu colega de emissora Fausto Silva, conseguindo falar mais que seu entrevistado. E de uma Patrícia Poeta que parecia estar sob efeito de medicamentos, totalmente perdida, repetindo as mesmas palavras independente das respostas de sua entrevistada.


A entrevista foi iniciada com o tema corrupção, Dilma Rousseff se defendeu bem ressaltando a autonomia dada aos órgãos de controle, lei de acesso a informação, portal da transparência, etc. No entanto, assim como alguns treinadores do futebol brasileiro, a presidenta se alongou na defesa e perdeu tempo para contra atacar. Exemplifico no momento que ela cita nome dos secretários trocados, que 90% do público não conhece. Com isso, ela perdeu tempo para reforçar uma postura ética pessoal e partidária.

No tema mensalão, a candidata do PT estrategicamente se manteve neutra. Com certeza, orientação de sua equipe de marketing político. A escolha foi buscar pontos com o eleitorado, mesmo que perdesse pontos com o próprio partido.

As respostas dos questionamentos sobre saúde começaram por uma explicação técnica do programa Mais Médicos, tiveram bom início mas novamente se alongou muito na defesa e não houve tempo para apresentação de avanços.

Dilma se defendeu no tema economia através dos dados sociais, como o baixo desemprego e valorização do salário mínimo, apontou para um melhor cenário no segundo semestre mas não teve tempo de subsidiar sua resposta.

Da mesma forma que os candidatos anteriores, não houve tempo para as novas propostas. No futebol diríamos que a candidata a reeleição jogou na retranca, se defendeu muito (até com competência), mas, faltaram novas propostas, e principalmente, ressaltar ainda mais as conquistas de seu governo. Esse último ponto é crucial na estratégia de um candidato que busca um novo mandato.      


quarta-feira, 13 de agosto de 2014

EDUARDO CAMPOS NO JN: entre promessas vazias e explicações do inexplicável!

http://globotv.globo.com/rede-globo/jornal-nacional/v/eduardo-campos-e-entrevistado-no-jornal-nacional/3559937/

A sabatina começou já desconstruindo uma série de promessas do candidato, "como cumpri-las sem aumentar os gastos públicos?" Campos falou, falou e não respondeu! Muito vago, prolixo e longe de explicar como vai colocar em prática tudo o que está prometendo.


Assim como Aécio, o candidato do PSB bateu bastante na inflação, fez fortes críticas a atual política econômica. As pesquisas deverão revelar adiante o quanto essa estratégia do "medo da inflação" terá impacto no eleitorado brasileiro.  

O questionamento se a indicação da mãe do candidato ao Tribunal de Contas não seria nepotismo ilustrou o quanto o JN estava pegando pesado. Se alguns acharam que Aécio foi apertado, ontem viram que a pressão pra cima de Eduardo Campos foi ainda maior.

O ápice da confusão das respostas do candidato do PSB foi na tentativa de explicação da aliança com Marina Silva. Quanto mais Eduardo falava mais pareceu confuso a justificativa da união do projeto de seu partido com, a ex-PV e atual Rede, Marina Silva. Minha impressão é que se estava difícil do eleitor entender, agora ficou pior!

A participação de Campos nos governos Lula e Dilma foram nessa mesma linha, como ele pôde tão repentinamente ter virado oposição? Depois de anos falar que não acreditava mais naquele projeto não sei se é suficiente, passa uma imagem oportunista ao eleitor. 

Em suas considerações finais o candidato fez questão de lembrar, mais uma vez, o nome de Marina Silva (na tentativa de resgatar os longínquos votos de 2010), lembrou também de sua experiência em Pernambuco, afirmou que vai fazer diferente, mas assim como Aécio na sabatina anterior, esteve longe de dizer como. O pior que para Campos esse vazio propositivo foi exposto já nos primeiros minutos de entrevista, sua equipe terá muito trabalho para alavancar essa candidatura, que por enquanto, está longe de decolar.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

AÉCIO NO JN: escondido atrás das montanhas mineiras!

http://globotv.globo.com/rede-globo/jornal-nacional/v/aecio-neves-e-entrevistado-no-jornal-nacional/3557503/

O candidato tucano não negou, que segundo sua opinião, existe a necessidade de um arrocho fiscal. Estratégia arriscada na visão do marketing político. Buscou atacar o atual governo citando o fantasma da inflação sempre que pôde, por outro lado, voltou a mostrar um economicismo exagerado que costuma afastar o eleitor.

A "cruzada moralizante" contra a corrupção, que deve ser abraçada pelo PSDB nessa campanha foi pouco explorada, talvez pela lembrança de Azeredo pela bancada do JN. 


O esperado tema do aeroporto de Cláudio foi tratado com extrema suavidade pelos apresentadores do JN, como se fosse algo corriqueiro, mas cada minuto que Aécio fala sobre o assunto mais se complica. Uma cidade de 27 mil habitantes precisa de um aeroporto? Alguém conhece a "grande" indústria desse pequenino município? Divinópolis-MG, município vizinho de 226 mil habitantes que fica a 55km de Cláudio, possui um aeroporto as moscas... e ainda, como que um aeroporto trancado com cadeado é para servir a comunidade local e não a família do candidato? Por sorte do candidato, não teve que responder essas questões.

O único momento que chegou perto de algum aperto na sabatina ocorreu quando Patrícia Poeta perguntou: se o PSDB aprova os projetos sociais do atual governo por que mudar? Aécio voltou ao mantra de que foi seu partido que iniciou os programas sociais atrás dos vales gás, escola, alimentação... o que pode enganar alguns, mas qualquer um que seja um pouco mais estudioso do tema sabe que a realidade não é bem essa.
  
Enfim, surpreende o quanto o candidato tucano se apega ao seu governo de MG para todas as respostas, sua assessoria deveria orientá-lo quanto a isso, no final das contas, de projetos para o Brasil não vimos quase nada. E não é o cargo de Presidente da República que o ex-governador de MG está postulando?