"O marketing não é uma batalha de produtos, é uma batalha de percepções." (Al Ries)

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Estratégias para o 2º turno

1ª) Começa em entender o que levou a eleição para o segundo turno, sim, os quase 20 milhões de voto da Marina, mas a pergunta é: qual é o perfil desse eleitorado?

Não foram apenas os "verdes" que frearam o crescimento de Dilma, foram os: 

- religiosos conservadores; 
- aqueles que rejeitam a figura de Serra e de Dilma; 
- ex-petistas inconformados com a versão pragmática do partido;
- eleitores a-partidários que ficaram assustados com o caso Erenice.

2ª) Se o eleitorado flutuante é esse listado acima (além daqueles que não votam no 1º turno) é errado pensar que assim que Marina Silva ou o presidente do PV anunciarem seu apoio já poderemos passar a faixa presidencial para o agraciado, calma lá!

O eleitor não age com essa homogeneidade e pensamento coletivo como alguns parecem pensar, tanto que os dois candidatos já começaram suas campanhas nesse turno com uma veia moralista lá em cima, com o objetivo de começar a captar o voto religioso que foi pra Marina.

O debate sobre o aborto não é debate das posições pessoais ou partidárias dos concorrentes, mas sim, um cálculo do que esses eleitores querem ouvir.

3º) Dessa forma, a estratégia adotada precisa pensar em se defender, ou seja, em não perder eleitor para o rival direto:


- Se a equipe de Dilma conseguir fazer isso naturalmente leva grande favoritismo, pois precisa de captar apenas mais 3, 4 milhões de eleitores;

- Já a turma de Serra, apesar da felicidade de ser içado ao 2º turno, possui uma tarefa herculea pela frente. Para os tucanos não basta uma declaração de apoio da Marina, faz-se necessário também a cooptação de um bom número de eleitores que votaram em Dilma no 1º turno.

Falo isso, baseado no que foi dito no ponto 2, os eleitores não vão seguir igual carneirinho indicação de apoio, 60% deles ou mais devem partir para uma nova análise do cenário eleitoral no 2º turno.

4º) Cenários:

- Dilma, mais do que o apoio de Marina (que claro seria muito bem vindo!) precisa é de passar confiança para retomar eleitores que a deixaram após o caso Erenice. E também para convencer os eleitores tradicionais/românticos do PT que preferiram Marina no 1º turno (é o caso da maioria dos artistas e intelectuais). 

Talvez seja esse o motivo da postura firme, e mais agressiva, de Dilma no debate da Band.
- Serra já levantou a bandeira da moralidade atrás dos votos conservadores / religiosos;


Sua campanha também não bate no presidente Lula porque acredita captar votos de quem gosta do governo Lula mas considera Dilma inexperiente.

O fato é que, por mais que a mídia tenha noticiado o 1º turno como se fosse uma derrota da candidata do PT, a diferença a ser tirada não é pequena... quase a mesma que Alckmin teria que ter tirado em 2006.

Por isso, fatos novos são bem vindos para a campanha tucana, e a estratégia é por Dilma em descrédito como pessoa sem experiência política, sem condições de controlar seu partido, e sem clareza de ideias.

A questão é... isso será suficiente para virar mais de 13 milhões de votos?

(imagens dos candidatos do site: www.terra.com.br)

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